Velho Hino

quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

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Nunca perder a esperança...


(Do meu Bairro)

(álbum + bibl.)

Chafariz da Esperança (Carlos Mardel, 1752) está integrado no plano de abastecimento de água à cidade de Lisboa, a partir das Águas Livres. É um chafariz de espaldar, com um forte carácter cénico barroco, disposto em dois níveis, cada um deles com três bicas em forma de carranca. É semelhante a dois outros deste período, o Chafariz do Rato e o de São Sebastião, apesar destes serem bastante mais simples.

Lá atrás do Chafariz, a rua da Esperança alojava dois ex-libris de Lisboa: o Endireita da Esperança e os Caracóis da Esperança. Próximos viviam, ambos desapareceram.


Gago Coutinho










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5 o'clock tea... at Queen's.

(bibl.) 
D. Catarina Henriqueta de Bragança era filha do Rei D. João IV e da Raínha D. Luísa de Gusmão.   O Rei procurava alianças que fortificassem a soberania e a independência, sendo os casamentos reais um dos meios mais expeditos.   Logo aos 7 anos, Catarina foi prometida a D. João da Áustria.   Mais tarde ao neto de Henrique IV de França e até ao próprio Luís XIV.   Ao sabor da política e das intrigas palacianas, estes planos foram sendo alterados, até que, já na regência da viúva rainha D. Luísa de Gusmão, foi acertado em 1661 o casamento da infanta D. Catarina com o Rei Carlos II da Inglaterra.   Entre outras coisas, Catarina levou como dote as praças de Tânger e Bombaim, e mais dois milhões de cruzados.
Reza a certidão: «0 nosso augusto Soberano Lorde Carlos II, pela Graça de Deus, rei da Grã-Bretanha, França e Irlanda, Defensor da Fé e a Ilustríssima Princesa D. Catarina, Infanta de Portugal, filha do falecido D. João IV, e irmã de D. Afonso, presente rei de Portugal, foram casados em Portsmouth na quinta feira, vigésimo segundo dia de Maio, do ano do N. Sr. de 1662, 14.º do reinado de SM, pelo R. R. F. in G. Gilbert, Bispo Lorde de Londres, Deão da Real Capela de Sua Majestade na presença de grande parte da nobreza dos domínios de Sua Majestade e da de Portugal.»


D. Catarina não foi uma rainha popular em Inglaterra, pelo facto de ser católica.   Sem descendência, legou à Inglaterra a geleia de laranja, o hábito de beber chá e o uso dos talheres e do tabaco.   Nesta altura, a East India Company já anunciava o chá como uma"panaceia para a apoplexia, catarro, cólica, tuberculose, tonturas, epilepsia, pedra, letargia, enxaquecas, parálise e vertigem".   D. Catarina apenas o transformou na Instituição que hoje conhecemos por "five o'clock tea".
A popularidade de D. Catarina nos Estados Unidos da América era bem mais elevada.   Acarinhada pela população local, em sua homenagem foi dado o nome de Queens a um dos cinco bairros da cidade de New York.

Versão reduzida da estátua de D. Catarina que ia ser instalada em Queens mas que, por razões políticas, se ficou apenas pelo Parque das Nações. 
A associação Friends of Queen Catherine encomendou a Audrey Flack uma estátua de bronze com cerca de dez metros de altura (a mais alta de New York a seguir á Estátua da Liberdade), a qual seria colocada num local chamado Hunter's Point, em frente ao edifício das Nações Unidas.   A inauguração, prevista para 1998, celebraria simultâneamente o centenário da fundação de New York e a Exposição Mundial de Lisboa, mas os planos ficaram definitivamente comprometidos com as objecções levantadas por historiadores e activistas políticos.
O molde em gesso da estátua repousa na fundição em Beacon N.Y., à espera que uma enorme embrulhada legal e política se resolva.   Entretanto, nós tivemos mais sorte com a nossa "pequena" cópia...


Em 1685, o Rei Carlos II morre sem descendência legitima.   D. Catarina regressa a Portugal em 1693.
Sem morada própria em Lisboa, a viúva decide adquirir a D. Francisca Pereira Teles as suas casas nobres no sítio da Bemposta e a vasta quinta agregada, mandando aí construir o Paço da Rainha.
Em 1702, o Palácio está já a ser habitado, possuindo uma capela privativa.


 A capelinha...

(o narcisista do costume, continua à solta...)

1705 - morre D. Catarina; o palácio passa para a posse do irmão, D. Pedro II.
1707 - D. João V lega o palácio à Casa do Infantado, em favor do seu irmão, o infante D. Francisco.
1755 - grandes danos causados no edifício pelo terramoto, que arrasa completamente a capela. O arquiteto Manuel Caetano de Sousa assina a reconstrução.
1778 - transferência do órgão para o Palácio de Queluz.
1798 - o palácio está ao abandono e em ruínas.
1822 - D. João VI toma residência na Bemposta. À sua morte em 1826, o palácio é abandonado enquanto residência real.
1828 - D. Miguel dá audiências semanais no palácio.
1833 - com a extinção da Casa do Infantado, o palácio é incorporado nos bens da Coroa.


Em linguagem técnica: "Brasão de Armas da Rainha D. Catarina. As armas em lisonja partidas, o primeiro de Inglaterra, Escócia e Irlanda e o segundo de Portugal entre dois Tenentes - Leão e Licorne".

1849 - entrega do palácio ao Ministério da Guerra.
1851 - instalação da Escola do Exército no edifício
...
2001 - colocação do monumento de homenagem à Rainha D. Catarina, em frente à fachada do Palácio.


 Antiga Torre do Relógio, posterior observatório astronómico.

 

1853 - abertura da igreja ao culto público. O altar-mor da capela apresenta uma tela com a padroeira Nª.Srª. da Conceição (pintada por J.Troni), à qual se acrescentou em primeiro plano um friso de retratos de elementos da família real (D. Maria I, D. João VI, D. Carlota Joaquina, infantes e infantas) e ao longe o Castelo de São Jorge, elaborados por um outro pintor (F. Hickey).












Capela-mor




Capela do Santíssimo



Sacristia



S. João Baptista

A Academia Militar é a actual inquilina do Palácio da Bemposta. As instalações beneficiam deste facto e agradecem.